A transformação digital e o progresso das profissões, além de tendências e necessidades impostas por mudanças de mercado, deixaram o antigo gerente de TI obsoleto diante de um novo perfil do gestor de TI, que atende às expectativas do mercado atual.

Esse perfil é mais estratégico e participa dos planejamentos de outros departamentos e global, até porque a infraestrutura que ele comanda está presente em todos os locais da empresa. Também por isso, agrega conhecimentos além do campo tecnológico, que se mostram úteis para a sua atuação mais abrangente.

Na gestão da sua equipe, não se preocupa apenas com o cumprimento de tarefas. Ele lidera de maneira a preparar os profissionais para terem o mesmo novo perfil e se encaixarem no modelo de TI estratégica adotado internamente.

Agora que você sabe como é esse perfil, veja como se preparar para tê-lo.

Integrar-se a outros setores e entender seus objetivos

O profissional com perfil mais estratégico deve ser participativo fora de seu departamento para entender melhor como pode auxiliar as outras áreas e a execução das estratégias desenhadas pela diretoria.

Com esse modelo de atuação, o gestor e sua equipe não trabalham apenas respondendo a solicitações de setores e gestores e a problemas para os quais os profissionais de tecnologia são necessários.

Por exemplo, ao integrar-se ao comercial, o profissional com o novo perfil do gestor de TI tem condições de auxiliar nos resultados de vendas propondo soluções para gerenciamento e filtragem de dados dos clientes e projetando integração de sistemas, visando o aumento da eficiência e da assertividade do trabalho de vendedores.

Em qualquer área, um gerente de TI que sabe quais são os objetivos pode analisar como a tecnologia influencia na busca por eles e nos resultados parciais já registrados. Isso permite que ele seja proativo e desenvolva ações que os demais profissionais não planejariam sem a sua ajuda.

Ter boa comunicação

Clareza e objetividade são fundamentais para o responsável de setor que trabalha junto a outros de mesma categoria hierárquica e participa de processos nos quais a diretoria está inserida.

Essas características devem estar em ideias propostas, nas respostas dadas a dúvidas levantadas por outros profissionais e em discordâncias colocadas frente a argumentos ou ideias de outras pessoas da empresa.

Saber negociar

Com um trabalho mais estratégico e abrangente, é natural que o gestor também tenha mais autonomia no geral e, principalmente, dentro de seu próprio departamento. Isso coloca diante do profissional mais situações nas quais precisa lidar com orçamento de tecnologia, defesa de ideias frente a outros gestores e contratação de fornecedores e parceiros para a infraestrutura de TI.

Então, é necessário saber barganhar, buscar vantagens para a empresa, argumentar com pessoas internas e externas e colocar em prática demais ações necessárias para ter sucesso em seu planejamento setorial e na proposição de soluções para a organização.

Gerenciar e liderar pessoas

O novo perfil do gestor de TI tem a característica de liderança, indo além da habilidade de gerenciar processos e monitorar o funcionamento de softwares e hardwares.

O líder não pode se limitar a dar ordens e observar se o trabalho anda conforme o esperado. Ele precisa dar feedbacks construtivos, agregar conhecimento e ensinar sempre que possível, orientar a equipe acerca de fatores relacionados ao trabalho de rotina (como a relação entre TI e a LGPD) e influenciar seus comandados a estudarem continuamente em prol do crescimento em suas carreiras.

Mais que fazer uma gestão de pessoas bem qualificada em si, esse modelo de liderança entrega uma equipe preparada para atuar não só operacionalmente, mas também estrategicamente, já que dispõe de mais conhecimentos e habilidades continuamente.

Estar aberto à inovação

Um setor de tecnologia que é eficiente, atende às necessidades do negócio em geral e não passa por grandes problemas de desempenho e no funcionamento de softwares e hardwares pode, deixar o seu responsável na chamada zona de conforto. Dentro dela, baseia seu trabalho somente em estabilidade, tanto da infraestrutura quanto de sua rotina e do seu cargo.

Claro que eficiência e estabilidade são aspectos importantes e devem ser mantidos, mas fechar-se à inovação é também fechar-se a possibilidades de qualificar ainda mais a TI e aumentar seu valor para a diretoria e os demais setores.

Buscar conhecimento em outras áreas

Passou o tempo quem que o gerente de tecnologia precisava saber apenas sobre ela própria. Ainda que não seja uma exigência dominar completamente outras áreas de conhecimento, passou a ser necessário ter entendimento de questões que vão além da infraestrutura de TI.

Há poucos anos foi sancionada a já citada LGPD, assunto de cunho jurídico. Porém, ela se dirige em vários momentos a processos que envolvem tecnologia, como processamento de dados, segurança da informação e plano de contingência. Logo, é fundamental aos profissionais da área buscarem o maior conhecimento possível sobre esse texto legal e suas implicações na prática.

Outro exemplo que pode ser dado é em relação a Business Intelligence. Além de dar suporte ao funcionamento dos componentes que rodam a estratégia, o novo perfil do gestor de TI se empenha ainda em compreender a ciência de dados para participar ativamente do BI, principalmente na parte de planejamento da coleta e do processamento da informação, a partir de uma visão estratégica dos objetivos da empresa.

Lembra que abordamos de forma breve anteriormente sobre a TI ter potencial de auxiliar o comercial ativamente? Temos um conteúdo produzido especialmente para explorar mais o assunto, no qual mostramos de que maneira o gestor de TI com perfil moderno pode qualificar o comercial.