Empresas de família podem ter alguns problemas resultantes de furos na hierarquia ou da colocação das relações pessoais acima do profissionalismo. E mudar isso é impactante para todos os envolvidos.

Porém, a profissionalização em negócios familiares, apesar de possíveis atritos e insatisfações individuais no início do processo, é algo totalmente positivo para a empresa.

Para demonstrar isso, vamos explicar 7 vantagens dessa profissionalização.

Mais controle financeiro

A ligação pessoal de profissionais com a empresa e com os demais membros dela pode causar certo relaxamento ou uma permissividade no uso dos recursos. Por exemplo, fazer investimento em algo que uma pessoa somente julga válido em um projeto com o qual outros profissionais não estão familiarizados.

Essa hierarquia exageradamente flexível dificulta a imposição de limites e o dizer não às pessoas com quem as relações são também de parentesco ou longa amizade. Assim, gastos que na maioria das empresas não seriam feitos, passam a existir.

Outro exemplo disso é o aumento da folha de pagamentos com contratações que não são estritamente necessárias, fruto de indicações e pedidos de conhecidos. Essas contratações adicionam à estrutura de custos as remunerações e os encargos sociais associados a elas.

Processos melhores

A profissionalização em negócios familiares passa pela alocação somente de pessoas devidamente capacitadas em todos os cargos existentes. E isso não apenas torna os fluxos de trabalho mais eficientes, mas também os torna mais inteligentes, pois essas mesmas pessoas capacitadas podem ajudar na definição dos processos e em intervenções pontuais posteriores que visam aplicar melhorias neles.

No geral, não trata-se apenas de atingir os objetivos de cada etapa ou tarefa e ter eficiência. Processos melhores englobam ainda trabalho que gere o menor custo possível, seja ágil, explore tecnologias com inteligência e dependa cada vez menos de ações manuais e intervenções humanas.

Comunicação mais fluida

Aqui, queremos dizer que a comunicação no ambiente interno do negócio pode se pautar somente pelo profissionalismo e pelas necessidades dos processos, que fazem com que as pessoas precisem se comunicar.

A estrutura totalmente profissionalizada, com esse conceito comunicado aos integrantes, evita que atritos externos ou preferências, em razão de afinidades pessoais, pautem as conversações. Esses princípios equivocados podem gerar ruídos de comunicação ou direcionamento de mensagens a pessoas que não são as mais aptas a receberem-nas.

Política de cargos e salários mais justa

Para começar, a política de cargos e salários de preferência deve ser algo documentado e ficar disponível para todos.

Em relação à sua criação e à sua manutenção, a profissionalização em negócios familiares garante que os critérios sejam transparentes e justos para todos, principalmente na visão das pessoas que não são parte da família ou da rede de amigos dos sócios. É algo importante para um ambiente de transparência e sem funcionários insatisfeitos, que comprometem processos e comunicação.

Agilidade na tomada de decisão

Todo negócio tem sua hierarquia, mas em geral isso se dá com alguma flexibilidade e autonomia para quem não faz parte da diretoria. E quanto mais alto é o cargo, mais autonomia tem o profissional, podendo tomar decisões, especialmente aquelas de rotina, sem consulta a um superior.

O que afeta a agilidade para a tomada de algumas decisões, que podem mais rapidamente serem efetivadas, em empresas familiares é a centralização do poder, muitas vezes em um patriarca ou uma matriarca, que não permite nenhum movimento sem o seu aval.

Prevenção contra paradigmas equivocados

Além da centralização de poder, um risco ao qual empresas de família estão expostas é o de interferência na gestão por paradigmas e percepções pessoais muitas vezes equivocadas.

Por exemplo, um fundador pouco aclimatado à transformação digital, por ter começado o negócio em uma época bem diferente da atual, pode ter resistência à implementação de tecnologias e à substituição de técnicas antigas. O resultado dessa resistência é a estagnação da eficiência, gastos maiores, prejuízos de qualidade e desperdício de outros recursos, como o tempo.

Às vezes, o paradigma que atrapalha uma mudança ou melhoria nem mesmo parte da pessoa na parte mais alta da hierarquia, mas de alguém ligada a ela, ou que participa das decisões, com quem o mandatário maior tem grande ligação pessoal e/ou familiar.

Melhor planejamento sucessório

O planejamento da sucessão do comando de uma empresa de família não precisa necessariamente ter alguém de mesmo sobrenome como sucessor, diferentemente do que ocorre na maioria das sucessões.

Sendo ou não um integrante da família a suceder o gestor de nível mais alto após sua aposentadoria, isso requer um planejamento com escolha da pessoa mais capacitada multidisciplinar e psicologicamente, além de um período de transição.

A profissionalização em negócios familiares vem ao encontro de uma boa sucessão pelo fato de entregar bons critérios para a escolha do sucessor e o estabelecimento do processo de iniciação, transição e efetiva substituição. Além disso, o ambiente que é deixado após a transição já está profissionalizado, o que ajuda o gestor em sua nova direção, já que ele passa a comandar um ambiente que funciona por princípios técnicos e profissionalismo.

E se você participa dos rumos de uma empresa familiar e quer alcançar as vantagens da profissionalização que citamos, veja boas práticas de gerenciamento e cuidados que precisa tomar.