Dois importantes fatores de gestão e governança no ambiente empresarial são integridade e transparência, virtudes que o plano de cargos e salários busca para as relações trabalhistas e a gestão de recursos humanos.

Além disso, o documento também organiza e padroniza questões como hierarquia, postos e critérios de remuneração e promoção, comunicando melhor esses fatores com todos, dos estagiários aos diretores, e evitando frustrações e insatisfação justamente por falta de boa comunicação e informações na gestão de pessoal.

Em sete tópicos, veja a seguir como criar seu plano.

Descrever os cargos e as funções

Primeiramente, todos na empresa devem saber quais cargos estão à disposição de quem faz parte dela, até porque é de interesse dos profissionais saberem como podem progredir dentro do negócio e quais são as possibilidades de promoção direta.

Também tem de ser de conhecimento geral as responsabilidades operacionais (de rotina), gerenciais e estratégicas de cada um dos postos, listas que precisam acompanhar cada cargo destacado no documento.

Apontar as credenciais necessárias em cada cargo

Esse tópico tem duas funções: as pessoas saberem o que precisam para assumir determinada função e entenderem por quais motivos os outros profissionais estão nas posições que ocupam.

Alguns requisitos que podem ser listados nessa parte do plano de cargos e salários são:

  • formação acadêmica em alguma área;
  • curso específico;
  • experiência em algum outro cargo relacionado dentro ou fora da empresa;
  • experiência mínima em relação a tempo em função associada;
  • ter atingido determinado nível de performance anteriormente na empresa;
  • habilidades e competências;
  • perfil profissional.

Desenhar a hierarquia

O desenho da torre hierárquica não apenas deixa claro quem se reporta a quem, mas também esclarece os critérios da empresa para questões como remuneração, nível de responsabilidade, disponibilidade de orçamento, relevância de decisões e padrão de participação nos rumos do negócio.

Na maioria das empresas o que se tem é a diretoria, os gestores das áreas e, por último, os funcionários membros das equipes geridas por esses responsáveis setoriais. Porém, dependendo do negócio e de seu porte, pode haver mais níveis.

O importante é que os diferentes níveis estejam destacados e os cargos, descritos e explicados como abordamos nos tópicos anteriores, sejam corretamente alocados em cada andar da torre.

Estabelecer os critérios de promoções e ganhos

Salários, bônus, comissões e todos os demais fatores de remuneração precisam estar expostos claramente, bem como os critérios que gestores e diretores utilizam para promover os profissionais a cargos mais altos na hierarquia.

Isso deixa as pessoas seguras de que há diretrizes claras e objetivas e que elas podem esperar reconhecimento se atenderem a elas, afastando o medo de ver outras pessoas progredindo dentro do negócio apenas por relacionamentos interpessoais e outras razões subjetivas e que geram injustiças e insatisfação.

Outro efeito positivo dessa parte do plano de cargos e salários é a motivação para que os profissionais trabalhem sem poupar esforços e capacidade cognitiva, pois sabem que podem esperar o retorno desejado em médio ou longo prazo.

Desenhar o plano de carreira

Esse plano é o desenho de qual caminho um profissional pode percorrer dentro da organização, para que as pessoas saibam como e por onde podem crescer se atenderem aos requisitos sobre os quais discorremos acima.

Para isso, há diferentes modelos de plano de carreira, sendo o desenho em Y o formato mais utilizado. Nele, o profissional pode progredir para diferentes caminhos após bom desempenho em alguma função inicial: subir a nível de especialista ou gestor.

Por exemplo, após performar bem como vendedor e atender a requisitos de progressão na hierarquia, o funcionário pode escolher entre buscar a promoção a coordenador comercial (especialista técnico e operacional) ou a gerente ou diretor de vendas (gestor).

Sabendo que existe esse caminho e como ele pode ser percorrido, fica claro para o profissional não apenas as diferentes possibilidades de crescimento, mas o que ele tem de buscar para passar pelo trajeto de sua escolha.

Pesquisar as práticas de mercado

Não podemos esquecer da importância de olhar também para fora da empresa ao desenvolver o documento, pois lá estão concorrentes que podem tirar da organização bons talentos.

O que deve ser observado principalmente é como em geral os profissionais do mesmo mercado avançam em suas carreiras, em qual espaço de tempo, e quais são as médias salariais.

Há muitos motivos pelos quais funcionários podem desistir de trabalhar na empresa ou sair dela para aproveitar uma oportunidade em outra. E nem sempre o empregador pode ter controle sobre determinada razão. Porém, progressão de carreira e remuneração são fatores sob os quais a empresa tem controle e é muito fácil que um bom talento fique insatisfeito e deseje outro lugar para trabalhar ao perceber que está estagnado na carreira ou que não é valorizado financeiramente.

Disponibilizar e compartilhar

Não adianta muito o documento ser criado apenas por questão cultural ou obrigatoriedade de processo empresarial. Ele precisa ser de fato compreendido pelos integrantes da empresa e estar disponível a qualquer momento para quem queira consultá-lo.

Então, o ideal é que cada novo contratado já na sua ambientação receba o documento, que pode estar destacado para verificação facilitada dos principais interesses e questionamentos que as pessoas apresentam sobre ele. Também precisa estar à disposição no intranet ou em outro canal que os funcionários usam o PDF do plano.

Sempre que houver qualquer alteração ou adição de informação, todos precisam ser notificados das mudanças, de preferência destacadas para identificação mais rápida do que foi alterado ou adicionado.

A partir desses passos você já pode contar com um bom plano de cargos e salários na sua empresa, que qualificará a gestão de pessoas e evitará problemas que podem ocorrer nessa parte do gerenciamento empresarial.

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